O Despertar da Feia Luna - Chapter 1
Nas profundezas da caverna escura e opressiva, o ar parecia congelar, apenas a luz bruxuleante das tochas refletia nas paredes de pedra, lançando sombras traiçoeiras. A voz de Alice tremia, misturada a soluços incontroláveis, enquanto ela derramava uma enxurrada de mágoa e ressentimento contra Kyle, o companheiro que havia feito um juramento de amizade, mas que agora a rejeitava fria e insensivelmente.
“Kyle, você mesmo disse que o acasalamento comigo era a maneira de você subir às alturas do poder! Minha família, tudo o que tenho, tornou-se um trampolim para seu sucesso! E agora que você realizou seu desejo, vai me tirar do caminho, uma garota que o mundo vê como uma anomalia? Você se lembra que, há um ano, você estava disposto a ficar ao meu lado, mesmo que apenas como um companheiro nominal, para me dar um vislumbre de calor e esperança!”
O rosto de Kyle parecia frio à luz da lareira e ele revirou os olhos, com uma risada zombeteira no canto da boca que ecoou com força pela caverna. “Oh, Alice, poupe suas lágrimas baratas. Você acha mesmo que vou deixar que você se torne a Luna da minha matilha, o ser que todos admiram? Olhe para esse seu rosto, é revoltante. Levá-la a uma reunião dos Alfas? Nem sonhe com isso, você não é qualificada!”
O coração de Alice sentiu como se tivesse sido perfurado por uma lâmina afiada e ela gritou de dor: “Mas essa cicatriz não foi minha escolha! Você prometeu que me levaria ao melhor médico para me libertar dos grilhões dessa aparência. Mas o que você fez? Não fez nada e me deixou lutando com minha inferioridade e dor!”
Um lampejo de impaciência brilhou nos olhos de Kyle quando ele respondeu friamente, com um tom cheio de desprezo: “Hmph, sua família nem se preocupa com você, o que o faz pensar que eu me preocuparei? Não seja ingênuo, Ellis, você já perdeu sua utilidade para mim há muito tempo. Saia do meu bando de lobos e não me deixe vê-lo novamente, caso contrário, não me culpe por ser rude!”
As lágrimas embaçaram a visão de Alice, era como se ela tivesse voltado àquele canto do mundo onde foi abandonada, solitária e desamparada. Há um ano, a família a havia unido a Kyle em nome do lucro, mas esse casamento, para ela, não passava de um sinônimo de solidão e indiferença sem fim. Ela ainda é virgem, Kyle nunca a tocou de verdade, e o chamado “amor” é apenas seu desejo, tão frágil quanto uma bolha.
A cicatriz em seu rosto, deixada por um acidente quando ela era criança, é como uma algema invisível que prende Alice em um abismo de baixa autoestima e dor. Ela achava que Kyle seria a pessoa que conseguiria penetrar no exterior e ver a beleza dentro dela, mas a realidade era tão cruel que despedaçou sua bela fantasia.
A raiva e o desespero se misturaram, e os olhos de Alice se tornaram firmes e frios. “Você é um monstro, Kyle”, disse ela com os dentes cerrados, cada palavra parecendo ser espremida entre os dentes, ‘eu o amaldiçoo e um dia você pagará caro pelo que fez hoje’.
Kyle, no entanto, apenas jogou a cabeça para trás e riu, o som dessa risada ecoando na caverna vazia, parecendo áspera e aberta. “Preço? Elise, você não passa de um desperdício de espaço abandonado por sua família e usado por mim. Minha matilha de lobos está mais próspera do que nunca, enquanto você não passa de um grão de poeira, nem mesmo qualificado para me deixar dar uma segunda olhada.”
Depois de dizer isso, Kyle se virou e saiu, deixando Ellis sozinha, tremendo na caverna fria. Ela respirou fundo e segurou as lágrimas, decidindo deixar esse lugar no qual achava que podia confiar, mas que na verdade era o começo de um pesadelo. Ela sabia que precisava se reerguer e encontrar seu próprio céu.
Retornar ao território da matilha de lobos de seu pai não fez Alice se sentir melhor. Embora os guardas a tenham deixado entrar, ela foi recebida pelos olhos frios de sua meia-irmã Sophia e de sua madrasta, como se ela fosse uma convidada indesejada. “Volte para Kyle, não há lugar para você aqui.” As palavras de Sophia, como lâminas afiadas, cortavam repetidamente o coração já frágil de Alice.
Ao cair da noite, Iris sentou-se sozinha no canto do Ghost Bar, que se tornou seu único refúgio. Sob a máscara, ela pôde finalmente tirar o disfarce por um tempo e deixar o álcool paralisar seus nervos. No entanto, mesmo aqui, ela não conseguia escapar do julgamento e da ridicularização do mundo exterior, apenas aquelas vozes, no momento, todas se transformaram em sons de fundo embaçados, incapazes de tocar seu coração já entorpecido.
“Outra bebida para a senhora, por favor.” Uma voz baixa e magnética soou de repente, interrompendo os pensamentos de Alice. Ela se virou surpresa, apenas para ver um homem que também usava uma máscara sentado não muito longe, com os olhos revelando uma profundidade e um calor indescritíveis. Sua aparência era como um raio de luz na escuridão, iluminando o mundo cinzento de Alice.
“Você tem vindo aqui sozinha há algum tempo.” Suas palavras carregavam um toque de preocupação imperceptível, como se ele pudesse ver a solidão e o desamparo de Ellis. Ellis abaixou a cabeça, com a vergonha brotando em seu coração. Ela nunca havia imaginado que seria notada por um estranho em um lugar como este.
“Eu …… gosto muito da atmosfera daqui.” Alice disse suavemente, com uma sugestão de tremor imperceptível em sua voz.
O homem sorriu levemente, um sorriso que parecia penetrar através da máscara. “Eu também gosto daqui, porque aqui ninguém julga você por sua aparência.” As palavras dele, como uma brisa de primavera, suavemente dissiparam a névoa no coração de Alice, fazendo-a sentir um toque de calor há muito perdido.
À medida que a noite avançava, a atmosfera do bar foi se aquecendo gradualmente, com música e risadas entrelaçadas. De repente, o homem fez uma proposta que chocou Iris: “Que tal fazermos um acordo? Esta noite, vamos esquecer todas as nossas preocupações e aproveitar essa rara liberdade e felicidade. Amanhã, quando o primeiro raio de sol iluminar a terra, cada um de nós voltará para sua própria vida sem incomodar o outro.”
Os batimentos cardíacos de Alice se aceleraram, ela nunca imaginou que encontraria um homem tão estranho, mas aparentemente capaz de ler seu coração em uma situação como essa. Apesar da hesitação e da inquietação em seu coração, o desejo de intimidade e o calor e a segurança proporcionados pela outra pessoa acabaram fazendo com que ela tomasse uma decisão.
“Podemos ficar com a máscara?” Alice perguntou com cuidado, com uma pitada de tremor imperceptível em sua voz. Ela tinha medo da rejeição, de ser magoada novamente.
“É claro.” A resposta do homem foi concisa, mas firme, revelando uma confiança e gentileza inquestionáveis: “Princesa, estou disposto a realizar todos os seus desejos.”
Princesa? Um azedume inexplicável brotou no coração de Alice. Neste mundo, ela nunca havia sido tratada com tanta ternura. Mas então, ela caiu em uma profunda dúvida. Se ele soubesse a verdade, será que continuaria sendo tão gentil quanto é agora?
Entretanto, naquele momento, Alice decidiu deixar temporariamente de lado todas as suas preocupações e medos. Ela ansiava por ser amada e compreendida, mesmo que fosse apenas por um breve momento. Assim, sob os efeitos duplos do álcool e da emoção, ela acenou com a cabeça e entrou em uma noite desconhecida e cheia de possibilidades com aquele homem misterioso.
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